terça-feira, 22 de dezembro de 2009

um planeta adiado..

Terminou no dia 18 de Dezembro a Cimeira do Clima em Copenhaga (pela noite dentro). Após duas semanas de negociações, a Cimeira que contou com aproximadamente 22 mil participantes (entre delegados, observadores e ONG) não resultou no ambicionado acordo vinculativo. Apenas produziu um acordo subscrito pelos Estados Unidos da América, Índia, China, África do Sul e Brasil, fruto de uma reunião efectuada à margem dos trabalhos agendados entre Barak Obama e os líderes governamentais dos 4 países emergentes referidos.
Apesar de pouco arrojado, o acordo “salvou” a COP15.. No entanto, e para além de não concretizar metas objectivas na redução de emissões de gases com efeito de estufa e acordar ajuda financeira, o documento peca por resultar de um encontro tido à porta fechada, sem abertura e sem espaço para negociações. Neste sentido, a União Europeia e a ONU são as grandes perdedoras das negociações em Copenhaga. Assim e de grosso modo resultaram uma dúzia de promessas que indicam a vontade política dos países em combater a mudança climática segundo o princípio de diferença de responsabilidades e respectivas capacidades; sendo que o combate das alterações climáticas fica sujeito a estabilização da temperatura (a subida da temperatura não pode exceder 2ºC). O resultado mais objectivo da Cimeira é o compromisso dos países desenvolvidos de contribuírem com 30 mil milhões de dólares americanos (21 mil milhões de euros) nos próximos 3 anos e 100 mil milhões de dólares (70 mil milhões de euros) até 2020 para financiar projectos nas nações mais pobres, a fim de promover as energias limpas e enfrentar a seca, a subida do nível dos mares e outras consequências das alterações climáticas. Consequentemente, a UE comprometeu-se a pagar 7,2 dos 21 mil milhões de euros sob forma de financiamento rápido, proveniente de várias fontes, públicas e privadas. Desta cimeira retira-se uma certeza: foram demasiados pares, uma negociação que abranja tantos pares está condenada ao fracasso. Pelo que os países devem saber fazer melhor para se organizarem em blocos. Os países africanos participaram nesta cimeira apenas com um delegado assim como os estados membros europeus. Os restantes devem seguir esta linha de actuação.
Após Copenhaga segue-se um encontro em Bona, na Alemanha daqui a seis meses, onde decorrerá um processo negocial preparatório da próxima cimeira do clima, convocada para daqui a um ano, em 2010, no México.

A “Hopenhagen” não foi bem sucedida, o planeta tem mais uma vez o futuro adiado.. Vejam e ouçam algumas declarações no "rescaldo"da Cimeira do Clima.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Maior Foto do Mundo com 26 Gigapixéis!

A Exame Informática online publica hoje esta notícia:

"No site Gigapixel Dresden, os internautas podem apreciar uma foto panorâmica da cidade alemã de Dresden, que é também a maior do mundo.
A foto foi feita com uma Canon 5D Mark II e uma lente de 400 mm. No total, foram usadas 1665 fotos de 21,4 MP, gravadas com a ajuda de um robô ao longo de 172 minutos.
O resultado foram 102 GB de dados que foram, depois, convertidos numa foto panorâmica com a ajuda de um computador com 48 GB de RAM e 16 processadores.
94 horas depois, estava criada a maior foto digital do mundo, com uma resolução de 297.500 x 87.500 pixéis (26 gigapixéis)."

Fantástica tecnologia! 94 horas de trabalho e 1665 fotos produzem uma fotografia com uma resolução de 26 gigapixéis!!! Quantos metros de foto, com excelente qualidade se conseguirá reproduzir? com certeza que muitos metros.. podemos criar a ilusão de uma nova Dresden e levá-la até a Polinésia.. ou a Patagónia...

Para ver a foto final, o vídeo e descrição do projecto sigam o link: http://tinyurl.com/y97oxlk
(imagem/printscreen da página web)



terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mais emprego nas rádios locais. Será?


A Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) apresentou uma proposta ao Instituto de Emprego e Formação Profissional que visa promover o emprego e habilitar as rádios locais de meios humanos. A realidade demonstra que este sector enfrenta sérias dificuldades, e trabalha com um reduzido número de pessoas, aquém do desejável.
Segundo o presidente da APR, José Faustino, a proposta prevê a realização de estágios nas rádios locais, por pessoas desempregadas com a duração de um ano. Durante esse período o Estado é responsável pelo pagamento do salário. Após finalização do estágio, e mediante desempenho do estagiário/desempregado, as emissoras locais podem considerar a sua integração na estrutura radiofónica.
Ora vamos lá ver isto... Mais uma vez assistimos a uma proposta que procura resolver um problema imediato e não encontra uma solução a médio/longo prazo.
Pergunto eu: Como são resolvidas as questões financeiras das rádios Locais, como conseguem assumir o custo de novos colaboradores no prazo de um ano? (todos conhecemos as enormes dificuldades de sobrevivência). Além disso também questiono a opção pela quantidade e não qualidade.
Qualquer desempregado serve? Não será necessário definir o perfil do candidato? De que recursos humanos falamos?
Não basta ter boa voz (ou saber tirar cafés) para trabalhar na rádio. É preciso mais e melhor, principalmente quando os recursos e os meios são escassos. Para ganhar público, as rádios locais têm de melhorar.. é forçoso.
Outra pergunta (agora mazinha): faz sentido apoiar rádios locais? Não será melhor focalizar o apoio para as rádios regionais dando-lhes instrumentos (físicos e humanos) para produzirem informação regional de qualidade? Não estaremos a pensar demasiado curto? Dimensão.. é uma palavra eficaz e que acompanha verbos dinâmicos como “ganhar”, “ter”, “construir” ...
José Faustino aguarda resposta até final do ano. Já falta pouco...

A responsabilidade social dos Media e dos Comunicadores

O conceito de responsabilidade social nem sempre acompanha a acção dos meios de comunicação social. O sector vive dias de grande competitividade orientando a prática jornalística para uma certa "agressividade" na obtenção de conteúdos noticiosos. Os escândalos, corrupção, atentados à vida humana ou as notícias cor-de-rosas ocupam espaços informativos privilegiados. Podemos condenar os Media? Podemos, mas não devemos esquecer que a lógica das audiências quase "comanda" o exercício da actividade, e que as audiências são reflexo das preferências do Público!
Mas nem tudo está mal, muito pelo contrário. Existem casos interessantes de responsabilidade social entre os comunicadores. A organização "Whith Our Own Eyes" dedica-se a comunicar as dificuldades vividas no Ruanda dando voz a população local. Este projecto foi desenvolvido pelo fotojornalista alemão Simon Sticker. Trata-se de permitir que populações desfavorecidas, info-excluídas, possam alertar o mundo para os seus problemas, partilhar opiniões e afirmar as suas vontades.
Este modelo não é habitual. Conhecemos muitos projectos internacionais de apoio social, mas SABEMOS O QUE AS PESSOAS ABRANGIDAS REALMENTE QUEREM? Normalmente não. Comida, segurança, educação.... Todos querem! Mas há mais, é preciso ouvir. Neste projecto ouve-se, escuta-se através das imagens que podem ser partilhadas nas redes sociais ou noutros suportes globais de divulgação. As fotografias contam histórias, mostram modos de vida, situações do dia-a-dia.Uma ideia simples mas que pode fazer diferença.
Conheçam o projecto em http://www.withourowneyes.org/

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Evento "Retro: uma tendência de consumo e comunicação?"


Porto - 16 a 20 Dezembro 2009


No âmbito do 10ºaniversário do curso de design do Instituto Politécnico do Porto realiza-se o evento "Retro: uma tendência de consumo e comunicação?" - conferência e apresentação/exposição de material de comunicação Retro ou tendencialmente Retro (reedições de produtos com identidade Retro), tais como: posters, embalagens, produtos, material promocional, spots publicitários, etc, numa sala própria para o efeito.

Até dia 20 Dezembro são apresentados produtos retro e a sua semelhança redesenhada, como por exemplo: automóveis MINI, W Beatle, Fiat 500, e ainda alguns exemplares únicos de motas “Vespa”.

Organizado e promovido por Rita Matos Rocha, docente de Marketing e Comunicação e Projecto de Pesquisa, nos cursos de DESIGN da ESEIG- Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão, pertencente ao Instituto Politécnico do Porto; com o apoio e coordenação de duas turmas do 2º ano de Marketing e Comunicação, uma da variante Design Gráfico e Publicidade, e outra da variante Design Industrial.

Presenças confirmadas:
Pedro Rocha (CEO da OAK - Trend Watching.com), activo participante na revista Marketeer, com o tema: “O Retro como tendência de consumo”.
João Campos (Designer Gráfico), que desenvolveu o Rebranding da Farinha Branca de Neve, com o tema: “O Retro como tendência de design”.
Keynote Speaker: Carlos Coelho (CEO da Ivity Brand Corp) , com o tema “O Retro e sua reinterpretação na Publicidade” apresentando o case study : Coca-Cola Light e o Menino da Lágrima.
João Vale (Brand Manager at OLÁ - Unilever Jerónimo Martins), com o tema: “O “retro” na estratégia de comunicação da celebração dos 50 anos Olá”.
José Vieira ( Administrador da Viarco - Industria de Lápis) com o tema: “Viarco-A Retro(interpretação) de uma marca nacional”.
Rui Ventura (Head of Innovation and Tourism Practice Leader at Grupo GCI) Tema: “Uma Retro(espectiva) sobre a origem do nome das marcas”.

Telespectadores escolhem Gala de Natal da TVI

A Gala de Natal da TVI, transmitida na Sexta-feira 11 de Dezembro em directo do Casino Estoril, registou um share médio de 58,1%, com base em 1,1 milhões de telespectadores (dados Marktest). O pico máximo do programa foi atingido às 22h45, momento em que audiência instantânea foi de 1,8 milhões de espectadores, sendo que, e considerando a totalidade do programa, passaram pela TVI 3,4 milhões de portugueses.
Parabéns TVI! Efectivamente, no segmento entretenimento este canal televisivo assume clara posição de liderança. Eu não assisti, nem vou assistir às repetições (que certamente irão acontecer..), mas as audiências não enganam: se tanta gente viu e não mudou de canal é porque o espectáculo correspondeu às expectativas! Ou será que aguardariam por uma telenovela? Quiçá interrompida..ou adiada?

domingo, 13 de dezembro de 2009

A Voz de Londres: Um olhar sobre a rádio na II Guerra Mundial

Uma excelente reportagem da jornalista Maria João Cunha da Rádio Renascença acerca do protagonismo que a Rádio teve enquanto meio de comunicação de massas. Mais uma vez podemos verificar como a Rádio acompanha a história recente da humanidade. São 12 minutos de filme, mas vale a pena ver e ouvir!

"Há 70 anos a Alemanha invadia a Polónia e bombardeava Varsóvia e várias cidades polacas. Começava a II Guerra Mundial, um momento único na história, em que a rádio foi o meio de comunicação decisivo. Em Portugal, as emissões da BBC eram a melhor forma de acompanhar o desenrolar do conflito. Mas a censura também atingia a emissora sediada em Londres. Richard Havers, escritor, e Nelson Ribeiro, director de programas da Renascença, olham a rádio no período mais decisivo para a sua definição."

Imagens de Copenhaga

O vídeo apresenta uma sequência de imagens de Copenhaga nas quais se observam modos de vida que privilegiam a utilização de bicicletas e a fruição dos espaços urbanos. As fotografias são disponibilizadas pelo Copenhagen Media Center / Serviços de Turismo Locais.




terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Green Copenhagen!

A atitude "verde" dos dinamarqueses transforma o seu modo de vida social e económico. É interessante ver como um país nórdico, onde as temperaturas nem sempre são convidativas, utiliza a bicicleta no dia-a-dia para tudo. Deixo um pequeno vídeo retirado do YouTube, com a cortesia dos serviços de turismo de Copenhaga e da WonderfulCopenhagen.TV, no qual se apresenta uma cidade bem equipada e ambientalmente sustentável. Vale a pena ver, são 4 minutos divertidos e informativos.


Acesso em banda larga - Portugal pouco navegável..


O Eurostat (organismo europeu de estatística) acaba de divulgar os últimos números relacionados com a implementação da banda larga nos lares europeus. Verifica-se que em Portugal a taxa de penetração se situa nos 46% enquanto que na média da UE é de 56%. Relativamente ao acesso à Net a média europeia é de 65%, em Portugal de 48%. No primeiro caso estamos com 10 pontos percentuais negativos, no segundo 17%! No entanto e relativamente aos números de 2007 apresentamos taxas evolutivas. Efectivamente, são cada vez mais os lares portugueses adeptos e utilizadores da Net sendo que os cibernautas mais assíduos se situam na faixa etária dos 16 aos 24 anos.

Aqui colocam-se duas questões: as infra-estruturas e o preço. Não é ainda possível aceder à Net em banda larga em todo o território nacional (apesar de até 2012 a PT garantir a colocação de fibra óptica em todo o país). Outro grande problema, e provavelmente o mais impeditivo, é o preço. A banda larga é demasiado cara em Portugal. Apesar de o mercado oferecer diversas opções, os preços são bastante semelhantes. A fiabilidade do serviço nem sempre é garantida. É tempo de criar mais incentivos à utilização da banda larga, afinal a estratégia de crescimento de Portugal assenta nas novas tecnologias e energias renováveis.

Então? ..Que diabo.. Sejamos coerentes.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Grécia, um déjà vu...


Um ano após os violentos conflitos que quase transformaram a capital grega numa zona de guerra, provocando elevados prejuízos económicos e sociais, Atenas está novamente a ferro e fogo! A morte do jovem Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, alvejado pela polícia quando participava numa manifestação contra a crise económica foi o mote para os distúrbios de 2008. Ontem, dia 06 de Dezembro/09, e na celebração do primeiro aniversário da morte do jovem, foi organizada uma manifestação com cerca de 3000 participantes. Segundo o Jornal Público Jovens encapuçados, alguns deles "anarquistas, vindos de Itália e Espanha", interromperam o desfile para apedrejar transeuntes, partir montras e incendiar caixotes de lixo, informaram as autoridades. Nos confrontos, ficaram feridos dois civis e quatro dos 6000 agentes mobilizados para impedir uma repetição dos distúrbios do ano passado. Registaram-se também 80 detenções.

A tranquilidade não regressou a urbe ateniense. Hoje foram mais de 5000 manifestantes a protestar junto ao parlamento. A polícia travou a marcha com gás lacrimogénio.

A retórica de Socrátes foi esquecida. A Grécia vive momentos difíceis que ultrapassam claramente a dimensão das suas ilhas.

A foto de Yiorgos Karahalis/Reuters mostra a detenção de um menor.

Rádio - uma paixão paradoxal

A rádio é um meio comunicacional por excelência que nos acompanha diariamente, sem que disso tenhamos consciência. Entramos no carro e ligamos o rádio, seja para ouvir as notícias, a informação de trânsito, música ou os comentários dos radialistas. Será imaginável fazer uma viagem do Porto até Lisboa (aproximadamente 300km) privado de ouvir rádio? Não! O silêncio, a ausência é um sofrimento. Para muitos, o leitor de CD pode ser considerado uma alternativa, no entanto não deixa de ser uma alternativa redutora. Porque o CD contém informação gravada, que pode ser repetida inúmeras vezes. A Rádio não se repete (não há função "repeat" "play"), é imprevisível, acontece no momento e pode conter muitas surpresas. A história da rádio é também a história recente de Portugal. Ela acompanhou momentos políticos e sociais decisivos para a vida dos portugueses como a A guerra do ultramar ou a Revolução de Abril.
Mas a rádio é também uma paixão. "Apaixonamo-nos" pela voz, pelo Homem que ouvimos diariamente e julgamos conhecer, pela ideia de termos um amigo. Programas como o Oceano Pacífico com João Chaves, que completou em Outubro 25 anos de emissões (de Domingo a 6ªfeira), são verdadeiros marcos da rádio e da comunicação. Através da Internet (web radio oceano pacífico) a voz e a música escolhida por João Chaves chega ao mundo inteiro. O paradoxo da rádio é que apesar de ser um instrumento de comunicação garante o anonimato do radialista. Quantos serão capazes de reconhecer o João Chaves se o encontrarem no supermercado? Ou no restaurante.. Ou a equipa dos " Novos Parodiantes de Lisboa"..
Já agora, e porque passa das 22h fica o link:

Dia 1 da Cimeira de Copenhaga


Hoje é o primeiro dia da Cimeira do Clima em Copenhaga (COP 15). As primeiras páginas da imprensa mundial reportam a importância deste encontro, que visa negociar e possibilitar um acordo global, para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa.
Até dia 18 Dezembro/09, a Dinamarca acolhe as delegações de 192 países. Os principais líderes mundiais marcam presença na cimeira, sendo que o presidente norte-americano e o primeiro-ministro chinês são as personalidades mais aguardadas. Obama deverá chegar nos últimos dias da conferência contrariando a agenda prevista para 9 de Dezembro. Em comunicado, a Casa Branca explicou a alteração dizendo que "há sinais encorajadores de progresso nos contactos e que a participação do presidente será mais produtiva dia 18". Wen Jiabao ainda não anunciou a data em que chega à Copenhaga, no entanto, são já conhecidas as metas propostas para as emissões de dióxido de carbono: redução de 40 a 45% relativamente aos níveis de 2005.
As negociações iniciaram. Os créditos de carbono e a ajuda aos países em desenvolvimento são temas conflituosos. Que contrapartidas e concessões serão exigidas e feitas? Até onde os países ricos podem chegar?
Há 12 anos atrás, em Kyoto foram definidas metas concretas que não foram cumpridas. Agora, Copenhaga declara objectivos bastante mais ambiciosos, tanto quantitativamente como qualitativamente. Estaremos mais uma vez a assistir a uma "fogueira das vaidades" ou terá o mundo finalmente entendido a mensagem das alterações climáticas?