segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O poder da pergunta

Vejam e leiam o interessante post de Pedro Correia, publicado no dia 14 de Janeiro 2010, no blogue - Delito de Opinião. Trata do poder do jornalismo:

"É um disparate considerar o jornalismo o 'quarto poder'. Os jornalistas não exercem nenhuma função que possa equivaler-se aos poderes clássicos dos políticos que legislam, governam e definem as normas destinadas a ser aplicadas pelos magistrados nos tribunais. Um jornalista só tem um poder ao seu alcance: o poder da pergunta. Cabe-lhe suscitar questões, desfazer dúvidas, interrogar-se sobre tudo quanto não sabe. O simples poder da pergunta, quando bem excercido, tem um inegável valor social, permitindo aferir o comportamento dos agentes políticos e consolidar o exercício da cidadania. Naturalmente, as perguntas que se impõem só podem ser feitas em sociedades livres - por isso os sistemas ditatoriais elegem sempre os jornalistas como inimigos principais. Acertam o alvo ao proceder assim.
Infelizmente, muitos profissionais da informação demitem-se do seu direito - que é também um dever deontológico - de questionar os poderosos. É, de facto, uma missão muitas vezes incómoda - mas da qual nenhum jornalista digno da profissão que exerce deve demitir-se sob pretexto algum. Há que continuar a interrogar, a interpelar, a questionar ministros, deputados, autarcas, gestores públicos, líderes partidários. Mesmo quando muitas portas se fecham nas caras, quando o assessor do assessor manda dizer que Sua Excelência não está, quando as ameaças de represálias surgem com a insídia recomendada nos manuais do ramo, há que continuar a fazer perguntas. Incomode-se quem se incomodar.
Este é o único poder dos jornalistas. E não se iludam: não existe mais nenhum."

Segundo este bloguer e profissional dos media, o poder do jornalista é o de perguntar, questionar sempre e repetidamente.  Mas questionar com inteligência de modo a atribuir valor aos assuntos. Assim, o poder do jornalista é também evidenciar. Porque ao questionar evidencia os assuntos, seja pela positiva ou negativa.

Deste modo, o que está aqui em causa é a capacidade de perguntar. Isto é: todos somos capazes de colocar perguntas... mas sabemos evidenciar o que realmente interessa?

Talvez não..


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